'Fire and fury' - Editor responde a Trump
PublishNews, Redação, 09/01/2018
CEO da Macmillan confirma que Trump tentou barrar o lançamento do livro que conta os bastidores da Casa Branca, afirma que ato é inconstitucional e diz que não ficará calado

Na última segunda-feira (8), John Sargent, CEO da Macmillan, enviou um memorando aos funcionários da empresa nos EUA informando que recebeu uma demanda do presidente Donald Trump pedindo a “imediata suspensão de qualquer publicação, lançamento e distribuição” do livro Fire and Fury, escrito pelo jornalista Michael Wolff e publicado nos EUA pela Henry Holt, editora do grupo. O livro conta os bastidores da Casa Branca sob o governo de Donald Trump. No memorando ao qual o PublishNews teve acesso, Sargent diz que o presidente tem todo o direito de chamar de falsas as notícias e de blasfemar contra a mídia. “Não é convencional, mas não é inconstitucional”, diz o documento. “No entanto, pedir que suspenda e desista de uma publicação – um claro esforço do presidente dos EUA em intimidar um editor para que ele interrompa a publicação de um livro importante sobre o funcionamento do governo – é uma tentativa de alcançar aquilo que é chamado de restrição prévia. Isso é algo que nenhuma corte americana ordenaria, já que é um flagrante inconstitucional”, diz Sargent no comunicado. “Não podemos ficar calados. Precisamos responder fortemente não só por Michael Wolff e o seu livro, mas por todos os autores e todos os livros, de agora e do futuro. E, como cidadãos, devemos exigir que o presidente entenda e respeite a Primeira Emenda da Constituição Americana”, conclui Sargent. A Primeira Emenda diz respeito aos direitos fundamentais do cidadão norte-americano e impede, entre outras coisas, a limitação da liberdade de expressão e de imprensa no País. O livro deverá chegar ao Brasil em março, pela Objetiva.

[09/01/2018 11:10:00]