Qual é o status do mercado editorial europeu em 2017?
PublishNews, Edward Nawotka*, 18/05/2017
Ruediger Wischenbart, o consultor austríaco, observa que apesar de “o negócio de livros estar enfrentando um cenário duro”, nos últimos anos, “a indústria é estável na Europa”

O Publishers Forum 2017, um evento anual organizado pelo prestador de serviços editoriais Klopotek em Berlim, muitas vezes serve como um termômetro do estado da indústria europeia, ao acontecer na capital do maior mercado editorial do continente. No evento deste ano, que ocorreu no final de abril, houve consternação sobre várias questões – principalmente o declínio no interesse em e-books e a instabilidade política causada pelo aumento da política populista em toda a Europa.

No entanto, de acordo com Ruediger Wischenbart, o consultor editorial austríaco que foi o curador do Publishers Forum nos últimos anos, apesar de “o negócio de livros estar enfrentando um cenário duro”, nos últimos anos, “a indústria é estável na Europa”.

Ruediger Wischenbart (ao centro) fala com players do mercado europeu durante o Publishers Forum 2017 | © Sven Serkis
Ruediger Wischenbart (ao centro) fala com players do mercado europeu durante o Publishers Forum 2017 | © Sven Serkis

Ele me contou, ao ser entrevistado pela Publishers Weekly, que os mercados na Alemanha, França e até na Espanha, um país que tem estado em dificuldades pela crise financeira, estão todos vendo crescimento de um dígito. Mesmo assim, ele reconheceu, isso não significa que não haja lições a serem aprendidas com os desafios que os editores continuam enfrentando.

“Editores de mercados não ingleses subestimam totalmente as oportunidades internacionais e de exportação, subestimando as complicadas lições que podem ser extraídas da estagnação das vendas de e-books e da surpreendente inovação na Ed Tech, tanto em termos de conteúdo quanto de plataformas de usuários”, afirmou. Para melhor ou pior, ele observou, essas realidades “beneficiaram em grande parte as maiores editoras corporativas”.

O resultado é o aumento da pressão competitiva, particularmente nas pequenas e médias empresas, que foram o alicerce de grande parte da indústria editorial europeia no século passado e continuam a ser vitais para a indústria como um todo. “Então o verdadeiro desafio é competir, expandir a cadeia de valor nos mercados planos e que as corporações encontrem novas maneiras de competir com a autopublicação e lidar com leitores que abandonam completamente a leitura de livros”, disse Wischenbart.

Entre os presentes no evento estavam Rob Grimshaw, CEO do Times Educational Supplement; David Klett da editora educacional alemã Klett; Christian Schumacher-Gebler, CEO da Bonnier Alemanha; Joerg Pfuhl e Florian Geuppert da Holtzbrinck; e Andreas von der Heydt, diretor de conteúdo da Amazon Kindle, Alemanha.


* Editor de notícias internacionais e do mercado livreiro da Publishers Weekly

[18/05/2017 08:00:00]