Dória fala que vai mudar como são feitas as compras de livros para bibliotecas em SP
PublishNews, Leonardo Neto, 17/03/2017
Prefeito de SP esteve ontem no lançamento do programa Biblioteca Viva, que quer revitalizar os espaços

Biblioteca Mário de Andrade, a maior do Sistema Nacional de Bibliotecas | © Prefeitura de SP
Biblioteca Mário de Andrade, a maior do Sistema Nacional de Bibliotecas | © Prefeitura de SP
“Mais do que um ambiente para armazenar um acervo de livros, as bibliotecas precisam ser compreendidas como espaço de convivência e diversão”, com esse argumento, o secretário de Cultura da cidade de São Paulo justificou o lançamento do programa Biblioteca Viva, que quer transformar os 54 equipamentos públicos em polos de cultura espalhados pela capital paulista. O anúncio do novo programa foi feito na tarde dessa quinta-feira (16) e contou com a presença do prefeito João Dória.

As mudanças, segundo o apresentado pelo alcaide e pelo secretário, devem começar a ser sentidas pela população nos próximos três meses. A Cultura estabeleceu nove eixos de transformação que pretendem revitalizar as bibliotecas com programação regular, atividades culturais, acesso a wi-fi gratuito, funcionamento aos domingos e abertura de cafés dentro dos prédios.

Mudança também na forma de aquisição de acervos. Durante o evento, Sturm anunciou que fará compras diretamente com as editoras e não mais via distribuidoras. O prefeito adiantou que fará pedidos de doações para editores. Com isso, eles esperam dar agilidade à renovação dos estoques.

Essa não é a primeira vez que a atual gestão fala em pedir doações às editoras. Charles Cosac, o ex-sócio da extinta Cosac Naify que comanda hoje a Biblioteca Mário de Andrade – a maior biblioteca pública de São Paulo – , já havia dito que vai passar o chapéu entre amigos editores em busca de novos exemplares para a biblioteca.

Em 2016, as bibliotecas de São Paulo foram visitadas por 1.080.009 pessoas que tomaram 641.834 livros emprestados. Apesar de, em 2016, o município ter comprado 15.964 exemplares para as suas bibliotecas (investimento de R$ 495 mil), houve queda no número de livros no acervo, na comparação com o ano anterior. Se em 2015, as bibliotecas tinham 2.447.226, em 2016, fecharam com 2.249.042, quase 200 mil livros a menos.

Confira abaixo os nove eixos do Biblioteca Viva:

1- Ampliação do horário de atendimento: todas as bibliotecas públicas funcionarão aos domingos, por um período de pelo menos 4 horas

2 - Wi-fi livre e gratuito em todas as bibliotecas: 19 delas já oferecem o serviço;

3 - Mapeamento do acervo e reformulação da política de aquisição para melhorar a oferta de lançamentos;

4 - Alterar a exposição dos livros de forma que sejam visualizados pelas capas e não mais apenas pelas lombadas;

5 - Programação artística: regularidade na oferta de atividades de diversas linguagens como dança, teatro, música, circo etc. A ideia é transformar a biblioteca em um espaço de uso múltiplo.

6- Novas categorias de organização como humor, amor, literatura policial, ficção científica, fantasia, mangás, etc., que são mais atrativas para o público;

7- Treinamento das equipes que atuam nas bibliotecas públicas por meio de cursos de atualização e atividades culturais para formação;

8- Embaixadores das bibliotecas: autores consagrados que apadrinham as bibliotecas e se envolvem na curadoria de programações literárias;

9- Integração das bibliotecas com os saraus literários, que ocupam uma cena cultural vibrante e poderão circular pelas unidades da rede levando propostas contemporâneas de interação com a literatura.

Tags: Bibliotecas
[17/03/2017 10:49:26]